Seja mais discreto, Lulinha

By Ely Silmar Vidal

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May 15, 2017

Ex-monitor do Zoológico de São Paulo, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, tornou-se durante o governo do seu pai, o presidente Lula, um empresário de sucesso. A história é conhecida e veio a público a partir de uma reportagem da revista Veja. Em linhas gerais, Lulinha criou uma empresa e, pouquíssimo tempo depois, fechou um acordo milionário com a Oi/Telemar. Seu pai, mais tarde, comparou tal sucesso ao do jogador de futebol Ronaldo, hoje no Corinthians. Um seria o fenômeno dentro de campo e o outro, no mundo dos negócios.

Desde então, e lá se vão mais de três anos, os rumores sobre a trajetória meteórica do filho do presidente só aumentaram. Uns dizem que ele tem comprado fazendas cinematográficas, outros garantem que ele possui empresa de biodiesel, é sócio de frigorífico e de uma penca de outros negócios que o governo tem apoiado ou financiado nos últimos tempos. Vamos combinar que o garoto não deve estar metido em todas estas encrencas ao mesmo tempo. Seria, de fato, uma performance de fenômeno. As histórias, porém, não param de circular.

Contribui (e muito) para tal profusão de boatos o comportamento, digamos, espalhafatoso do filho do presidente. Ontem, por exemplo, ele almoçou com amigos no restaurante La Tambouille, um dos mais sofisticados de São Paulo. Nas últimas semanas, tem sido visto também na academia Reebok, do Cidade Jardim, o mais novo shopping de luxo da capital paulista. Detalhe: alguns desses deslocamentos são feitos de helicóptero.

Nada impede que um empresário bem-sucedido, assim como Lulinha, cruze os céus de São Paulo a bordo de um helicóptero ou coma nos melhores restaurantes de Paris, Londres ou Nova York. Mas em se tratando do filho do presidente e das suspeitas que pairam sobre sua ascensão, não seria melhor adotar um estilo de vida mais austero? O que há de errado em ir de carro, ou mesmo de moto, para a academia?

Brilhante general e estrategista, o cônsul romano Júlio César eternizou-se, entre tantas outras façanhas, por uma frase: “A mulher de César não deve ser apenas honesta. Ela deve parecer honesta”. O mesmo vale para a mulher, os filhos e os colaboradores do presidente da República. – (Mauricio Lima)

http://exame.abril.com.br/blogs/esquerda-direita-e-centro/2009/04/03/158544/

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